Cravinho dixit
1 comentários quarta-feira, 31 de março de 2010Para a SIC, Cravinho comentou em relação à questão do suborno no caso dos submarinos que não deviam ser só punidos os que foram subornados ou colaboraram de forma ilícita mas também os seus chefes hierárquicos.
Tem toda a razão. São culpados os que cometem as ilegaliadades mas devem ser culpados (já que hoje em dia honra não existe que os leve a demirirem-se), os responsáveis por avaliarem tais pessoas e os responsáveis por essas pessoas terem chegado onde chegaram.
Não estou a ser irónico (por uma vez na vida), quem me conhece sabe que concordo plenamente. Só não percebi quando Cravinho disse "em casos destes" apontando para a esfera dos contratos militares. Então e as pontes de Entre-os-Rios? Então os BPP's? Então todo o tipo de ilegalidades e abusos de poder cometidos dentro da esfera dos órgãos de poder e soberania?
Em todos eles dever-se-ia seguir esta norma. Devia ser mesmo imposição legal. Se calhar muita coisa mudaria neste país para melhor. E já nem volto a falar de os políticos serem obrigados a usar o serviço de saúde pública.
Era uma vez... uma história sem qualquer semelhança com o mundo livreiro português.
0 comentários sábado, 27 de março de 2010Era uma vez um país pequenino, à beira-mar plantado. Nesse país grassavam várias crises, uma económica de grande escala e várias crises em diversos sectores da indústria. Num dos sectores, o dos produtores de almofarizes, a situação era grave. Havia demasiados produtores e mesmo demasiadas lojas que vendiam almofarizes apesar de muito poucos - e cada vez menos - os comprarem.
Ora um dia o mercado ficou estarrecido porque apareceram dois grandes grupos que de um momento para o outro dominaram o mercado. Um dos grupos criou grandes lojas onde vendia, entre outros, os seus almofarizes eléctricos. O outro grupo criou outras lojas semelhantes.
Ora as pequenas lojinhas independentes tentaram, em primeiro lugar, vender os almofarizes eléctricos juntamente com os tradicionais. Outras ainda preferiram por logo de parte os almofarizes tradicionais e vender apenas os novos e brilhantes almofarizes eléctricos.
Mas os grandes grupos esmagavam pela capacidadede promoção, marketing e omnipesença. Assim, as pequenas lojas independentes pensaram em criar uma associação mas como lhes custava mais ver o vizinho de rua que sempre tinham invejado, a prosperar - isto nalguns casos, noutros foi só a falta de iniciativa - a ideia ficou em águas de bacalhau.
Os grandes grupos continuavam a crescer e começou a falar-se que um dos grupos tencionava comprar uma enorme cadeia de lojas e assim dominar boa parte do mercado de vendas.
As pequenas lojas, ao invés de compreenderem que, juntas, poderiam constituir um cliente preferencial para todo o mercado e garantir condições de compra em grandes quantidades dos almofarizes, usarem o seu serviço especializado para a fidelização de clientes ao contrário do serviço impessoal das lojas dos grandes grupos mantinham os seus horizontes de perspectiva formados pela crise que os assolava há anos. E assim em vez de surgirem como um colosso que até na aquisição dos almofarizes produzidos pelos grandes grupos, que podiam dominar o mercado com o mais amplo serviço de encomendas, permaneceram um conjunto de formigas lamurientas.
Pois aconteceu que um cérebro brilhante surgido no grupo rival àquele que ia comprar a grande cadeia de lojas, desenvolveu uma estratégia de génio: iria tirar partido da limitação de visão das pequenas lojas independentes e, gastanto muito menos dinheiro dominaria o mercado.
O que começou a desenvolver foram protocolos com as lojas independentes de renome e pequenos grupos lojistas, ajudava-os financeiramente em troca de exposição quase total para os seus produtos e, claro, fazendo com que nessas lojas praticamente desaparecessem os almofarizes do grupo rival.Em dois ou três anos uma boa parte das melhores lojas independentes estava sob o domínio desse grupo e perceberam que se por acaso quisessem sair não tinham outra hipótese senão pagar - e muito - ao grupo e provavelmente faliriam, altura em que o grupo os compraria por quase nada como principal credor.
Nessa altura, num país quase sem lojas de almofarizes independentes os vendedores que tinham caído na estratégia olharam com espanto para o grupo que os apanhou na sua fraqueza, na sua incapacidade de se unirem e de criarem o seu futuro. Olharam para a sua preguiça e choraram...
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Ora um dia o mercado ficou estarrecido porque apareceram dois grandes grupos que de um momento para o outro dominaram o mercado. Um dos grupos criou grandes lojas onde vendia, entre outros, os seus almofarizes eléctricos. O outro grupo criou outras lojas semelhantes.
Ora as pequenas lojinhas independentes tentaram, em primeiro lugar, vender os almofarizes eléctricos juntamente com os tradicionais. Outras ainda preferiram por logo de parte os almofarizes tradicionais e vender apenas os novos e brilhantes almofarizes eléctricos.
Mas os grandes grupos esmagavam pela capacidadede promoção, marketing e omnipesença. Assim, as pequenas lojas independentes pensaram em criar uma associação mas como lhes custava mais ver o vizinho de rua que sempre tinham invejado, a prosperar - isto nalguns casos, noutros foi só a falta de iniciativa - a ideia ficou em águas de bacalhau.
Os grandes grupos continuavam a crescer e começou a falar-se que um dos grupos tencionava comprar uma enorme cadeia de lojas e assim dominar boa parte do mercado de vendas.
As pequenas lojas, ao invés de compreenderem que, juntas, poderiam constituir um cliente preferencial para todo o mercado e garantir condições de compra em grandes quantidades dos almofarizes, usarem o seu serviço especializado para a fidelização de clientes ao contrário do serviço impessoal das lojas dos grandes grupos mantinham os seus horizontes de perspectiva formados pela crise que os assolava há anos. E assim em vez de surgirem como um colosso que até na aquisição dos almofarizes produzidos pelos grandes grupos, que podiam dominar o mercado com o mais amplo serviço de encomendas, permaneceram um conjunto de formigas lamurientas.
Pois aconteceu que um cérebro brilhante surgido no grupo rival àquele que ia comprar a grande cadeia de lojas, desenvolveu uma estratégia de génio: iria tirar partido da limitação de visão das pequenas lojas independentes e, gastanto muito menos dinheiro dominaria o mercado.
O que começou a desenvolver foram protocolos com as lojas independentes de renome e pequenos grupos lojistas, ajudava-os financeiramente em troca de exposição quase total para os seus produtos e, claro, fazendo com que nessas lojas praticamente desaparecessem os almofarizes do grupo rival.Em dois ou três anos uma boa parte das melhores lojas independentes estava sob o domínio desse grupo e perceberam que se por acaso quisessem sair não tinham outra hipótese senão pagar - e muito - ao grupo e provavelmente faliriam, altura em que o grupo os compraria por quase nada como principal credor.
Nessa altura, num país quase sem lojas de almofarizes independentes os vendedores que tinham caído na estratégia olharam com espanto para o grupo que os apanhou na sua fraqueza, na sua incapacidade de se unirem e de criarem o seu futuro. Olharam para a sua preguiça e choraram...
Recordações
0 comentários quinta-feira, 25 de março de 2010Este blogue anda expectante e algo - totalmente - desinspirado. O outro blogue, o musical, ainda se aguenta porque é um repositório de memórias e experiências. Mas este tem de recorrer ou a grandes contos ou a memórias como as de hoje em que um homem de cabelo branco me fez lembrar o Vasco Granja. E, por associação, lembrei-me daquele que é um dos melhores desenhos animados de sempre, para mim pelo menos...
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Bizarrias
0 comentários sábado, 20 de março de 2010Este vídeo
divulgado por Dan Piraro no seu blogue figura bem lá em cima no pedestal das coisas mais abstrusas junto com a cama devoradora do Rogério Casanova.
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divulgado por Dan Piraro no seu blogue figura bem lá em cima no pedestal das coisas mais abstrusas junto com a cama devoradora do Rogério Casanova.
Grandes Contos: Xélucha
0 comentários quarta-feira, 17 de março de 2010Xelucha por M. P. Shiel (1) (retirado daqui)
Three days ago! by heaven, it seems an age. But I am shaken -- my reason is debauched. A while since, I fell into a momentary coma precisely resembling an attack of petit mal. "Tombs, and worms, and epitaphs" -- that is my dream. At my age, with my physique, to walk staggery, like a man stricken! But all that will pass: I must collect myself -- my reason is debauched. Three days ago! it seems an age! I sat on the floor before an old cista full of letters. I lighted upon a packet of Cosmo's. Why, I had forgotten them! they are turning sere! Truly, I can no more call myself a young man. I sat reading, listlessly, rapt back by memory. To muse is to be lost! of that evil habit I must wring the neck, or look to perish. Once more I threaded the mazy sphere-harmony of the minuet, reeled in the waltz, long pomps of candelabra, the noonday of the bacchanal, about me.
Cosmo was the very tsar and maharajah of the Sybarites! the Priap of the détraqués! In every unexpected alcove of the Roman Villa was a couch, raised high, with necessary foot-stool, flanked and canopied with mirrors of clarified gold. Consumption fastened upon him; reclining at last at table, he could, till warmed, scarce lift the wine! his eyes were like two fat glow-worms, coiled together! they seemed haloed with vaporous emanations of phosphorus! Desperate, one could see, was the secret struggle with the Devourer. But to the end the princely smile persisted calm; to the end -- to the last day -- he continued among that comic crew unchallenged choragus of all the rites, I will not say of Paphos, but of Chemos! and Baal-Peor! Warmed, he did not refuse the revel, the dance, the darkened chamber. It was utterly black, rayless; approached by a secret passage; in shape circular; the air hot, haunted always by odours of balms, bdellium, hints of dulcimer and flute; and radiated round with a hundred thick-strewn ottomans of Morocco.
Here Lucy Hill stabbed to the heart Caccofogo, mistaking the scar of his back for the scar of Soriac. In a bath of malachite the Princess Egla, waking late one morning, found Cosmo lying stiffly dead, the water covering him wholly.
"But in God's name, Mérimée!" (so he wrote), ''to think of Xélucha dead! Xélucha! Can a moon-beam, then, perish of suppurations? Can the rainbow be eaten by worms? Ha! ha! ha!
laugh with me, my friend: 'elle dérangera l'Enfer'! She will introduce the pas de tarantule into Tophet! Xélucha, the feminine Xélucha recalling the splendid harlots of history! Weep with me -- manat rara meas lacrima per genas! expert as Thargelia; cultured as Aspatia; purple as Semiramis. She comprehended the human tabernacle, my friend, its secret springs and tempers, more intimately than any savant of Salamanca who breathes. Tarare -- but Xélucha is not dead!
Vitality is not mortal; you cannot wrap flame in a shroud. Xélucha! where then is she? Translated, perhaps -- rapt to a constellation like the daughter of Leda. She journeyed to Hindostan, accompanied by the train and appurtenance of a Begum, threatening descent upon the Emperor of Tartary. I spoke of the desolation of the West; she kissed me, and promised return.
Mentioned you, too, Mérimée -- 'her Conqueror' -- 'Mérimée, Destroyer of Woman.' A breath from the conservatory rioted among the ambery whiffs of her forelocks, sending it singly a-wave over that thulite tint you know. Costumed cap-à-pie, she had, my friend, the dainty little completeness of a daisy mirrored bright in the eye of the browsing ox. A simile of Milton had for years, she said, inflamed the lust of her Eye: 'The barren plains of Sericana, where Chineses drive with sails and wind their cany wagons light.' I, and the Sabæans, she assured me, wrongly considered Flame the whole of being; the other half of things being Aristotle's quintessential light. In the Ourania Hierarchia and the Faust-book you meet a completeness: burning Seraph, Cherub full of eyes. Xélucha combined them. She would reconquer the Orient for Dionysius, and return. I heard of her blazing at Delhi; drawn in a chariot by lions. Then this rumour -- probably false. Indeed, it comes from a source somewhat turgid. Like Odin, Arthur, and the rest, Xélucha -- will reappear."
Soon subsequently, Cosmo lay down in his balneum of malechite, and slept, having drawn over him the water as a coverlet. I, in England, heard little of Xélucha: first that she was alive, then dead, then alighted at old Tadmor in the Wilderness, Palmyra now. Nor did I greatly care, Xélucha having long since turned to apples of Sodom in my mouth. Till I sat by the cista of letters and re-read Cosmo, she had for some years passed from my active memories.
The habit is now confirmed in me of spending the greater part of the day in sleep, while by night I wander far and wide through the city under the sedative influence of a tincture which has become necessary to my life. Such an existence of shadow is not without charm; nor, I think, could many minds be steadily subjected to its conditions without elevation, deepened awe. To travel alone with the Primordial cannot but be solemn. The moon is of the hue of the glow-worm; and Night of the sepulchre. Nux bore not less Thanatos than Hupuos, and the bitter tears of Isis redundulate to a flood. At three, if a cab rolls by, the sound has the augustncss of thunder. Once, at two, near a corner, I came upon a priest, seated, dead, leering, his legs bent. One arm, supported on a knee, pointed with rigid accusing forefinger obliquely upward. By exact observation, I found that he indicated Betelgeux, the star "a" which shoulders the wet sword of Orion. He was hideously swollen, having perished of dropsy. Thus in all Supremes is a grotesquerie; and one of the sons of Night is -- Buffo.
In a London square deserted, I should imagine, even in the day, I was aware of the metallic, silvery-clinking approach of little shoes. It was three in a heavy morning of winter, a day after my rediscovery of Cosmo. I had stood by the railing, regarding the clouds sail as under the sea-legged pilotage of a moon wrapped in cloaks of inclemency. Turning, I saw a little lady, very gloriously dressed. She had walked straight to me. Her head was bare, and crisped with the amber stream which rolled lax to a globe, kneaded thick with jewels, at her nape. In the redundance of her décolleté development, she resembled Parvati, mound-hipped love-goddess of the luscious fancy of the Brahmin.
She addressed to me the question:
"What are you doing there, darling?"
Her loveliness stirred me, and Night is bon camarade. I replied:
"Sunning myself by means of the moon."
"All that is borrowed lustre," she returned, "you have got it from old Drummond's Flowers of Sion."
Looking back, I cannot remember that this reply astonished me, though it should -- of course -- have done so. I said:
"On my soul, no; but you?"
"You might guess whence I come!"
"You are dazzling. You come from Paz."
''Oh, farther than that, my son! Say a subscription ball in Soho."
"Yes? . . . and alone? in the cold? on foot . . .?"
"Why, I am old, and a philosopher. I can pick you out riding Andromeda yondcr from the ridden Ram. They are in error, M'sieur, who suppose an atmosphere on the broad side of the moon. I have reason to believe that on Mars dwells a race whose lids are transparent like glass; so that the eyes are visible during sleep; and every varying dream moves imaged forth to the beholder in tiny panorama on the limpid iris. You cannot imagine me a mere fille! To be escortcd is to admit yourself a woman, and that is improper in Nowhere. Young Eos drives an équipage à quatre, but Artemis 'walks' alone. Get out of my borrowed light in the name of Diogenes! I am going home."
"Near Piccadilly."
"But a cab?"
"No cabs for me, thank you. The distance is a mere nothing. Come."
We walked forward. My companion at once put an interval between us, quoting from the Spanish Curate that the open is an enemy to love. The Talmudists, she twice insisted, rightly held the hand the sacredest part of the person, and at that point also contact was for the moment interdict. Her walk was extremely rapid. I followed. Not a cat was anywhere visible. We reached at length the door of a mansion in St. James's. There was no light. It seemed tenantless, the windows all uncurtained, pasted across, some of them, with the words, To Let. My companion, however, flitted up the steps, and, beckoning, passed inward. I, following, slammed the door, and was in darkness. I heard her ascend, and presently a region of glimmer above revealed a stairway of marble, curving broadly up. On the floor where I stood was no carpet, nor furniture: the dust was very thick. I had begun to mount when, to my surprise, she stood by my side, returned; and whispered:
"To the very top, darling."
She soared nimbly up, anticipating me. Higher, I could no longer doubt that the house was empty but for us. All was a vacuum full of dust and echoes. But at the top, light streamed from a door, and I entered a good-sized oval saloon, at about the centre of the house. I was completely dazzled by the sudden resplendence of the apartment. In the midst was a spread table, square, opulent with gold plate, fruit dishes; three ponderous chandeliers of electric light above; and I noticed also (what was very bizarre) one little candlestick of common tin containing an old soiled curve of tallow, on the table. The impression of the whole chamber was one of gorgeousness not less than Assyrian. An ivory couch at the far end was made sun-like by a head- piece of chalcedony forming a sea for the sport of emerald ichthyotauri. Copper hangings, parnlled with mirrors in iasperated crystal, corresponded with a dome of flame and copper; yet this latter, I now remember, produced upon my glance an impression of actual grime. My companion reclined on a small Sigma couch, raised high to the table-level in the Semitic manner, visible to her saffron slippers of satin. She pointed me a seat opposite. The incongruity of its presence in the middle of this arrogance of pomp so tickled me, that no power could have kept me from a smile: it was a grimy chair, mean, all wood, nor was I long in discovering one leg somewhat shorter than its fellows.
She indicated wine in a black glass bottle, and a tumbler, but herself made no pretence of drinking or eating. She lay on hip and elbow, petite, resplendent, and looked gravely upward. I, however, drank.
"You are tired," I said, "one sees that."
"It is precious little than you see!" she returned, dreamy, hardly glancing.
"How! your mood is changed, then? You are morose."
"You never, I think, saw a Norse passage-grave?"
"And abrupt."
"Never?"
"A passage-grave? No."
"It is worth a journey! They are circular or oblong chambers of stone, covered by great earthmounds, with a 'passage' of slabs connecting them with the outer air. All round the chamber the dead sit with head resting upon the bent knees, and consult together in silence."
"Drink wine with me, and be less Tartarean."
''You certainly seem to be a fool,'' she replied with perfect sardonic iciness. "Is it not, then, highly romantic? They belong, you know, to the Neolithic age. As the teeth fall, one by one, from the lipless mouths -- they are caught by the lap. When the lap thins -- they roll to the floor of stone. Thereafter, every tooth that drops all round the chamber sharply breaks the silence."
"Ha! ha! ha!"
"Yes. It is like a century-slow, circularly-successive dripping of slime in some cavern of the far subterrene."
"Ha! ha! This wine seems heady! They express themselves in a dialect largely dental."
"The Ape, on the other hand, in a language wholly guttural."
A town-clock tolled four. Our talk was holed with silences, and heavy-paced. The wine's yeasty exhalation reached my brain. I saw her through mist, dilating large, uncertain, shrinking again to dainty compactness. But amorousness had died within me.
"Do you know," she asked, "what has been discovered in one of the Danish Kjökkenmöddings by a little boy? It was ghastly. The skeleton of a huge fish with human -- "
"You are most unhappy."
"Be silent."
"You are full of care."
"I think you a great fool."
"You are racked with misery."
"You are a child. You have not even an instinct of the meaning of the word."
"How! Am I not a man? I, too, miserable, careful?"
"You are not, really, anything -- until you can create."
"Create what?"
"Matter."
"That is foppish. Matter cannot he created, nor destroyed."
"Truly, then, you must be a creature of unusually weak intellect. I see that now. Matter does not exist, then, there is no such thing, really -- it is an appearance, a spectrum -- every writer not imbecile from Plato to Fichte has, voluntary or involuntary, proved that for good. To create it is to produce an impression of its reality upon the senses of others; to destroy it is to wipe a wet rag across a scribbled slate."
"Perhaps. I do not care. Since no one can do it"
"No one? You are mere embryo -- "
"Who then?"
"Anyone, whose power of Will is equivalent to the gravitating force of a star of the First Magnitude."
"Ha! ha! ha! By heaven, you choose to be facetious. Are there then wills of such equivalence?"
"There have been three, the founders of religions. There was a fourth: a cobbler of Herculaneum, whosc mere volition induced the cataclysm of Vesuvius in '79' in direct opposition to the gravity of Sirius. There arc more fames than you have ever sung, you know.
The greater number of disembodied spirits, too, I feel certain -- ' "By heaven, I cannot but think you full of sorrow! Poor wight! come, drink with me. The wine is thick and boon. Is it not Setian? It makes you sway and swell before me, I swear, like a purple cloud of evening -- "
"But you are mere clayey ponderance! -- I did not know that! -- you are no companion! your little interest revolves round the lowest centres."
"Come -- forget your agonies -- "
"What, think you, is the portion of the buried body first sought by the worm?"
"The eyes! the eyes!"
"You are hideously wrong -- you are so utterly at sea -- -- "
"My God!"
She had bent forward with such rage of contradiction as to approach me closely. A loose gown of amber silk, wide-sleeved, had replaced her ball attire, though at what opportunity I could not guess; wondering, I noticed it as she now placed her palms far forth upon the table. A sudden wafture as of spice and orange-flowers, mingled with the abhorrent faint odour of mortality over-ready for the tomb, greeted my sense. A chill crept upon my flesh.
"You are so hopelessly at fault -- "
"For God's sake -- "
"You are so miserably deluded! Not the eyes at all!"
"Then, in heaven's name, what?"
Fivc tollcd from a clock.
"The Uvula! the soft drop of mucous flesh, you know, suspended from the palate above the glottis. They eat through the face-cloth and cheek, or crawl by the 1ips through a broken tooth, filling the mouth. They make straight for it. It is the deliciæ of the vault."
At her horror of interest I grew sick, at her odour, and her words. Some unspeakable sense of insignificance, of debility, held me dumb.
"You say I am full of sorrows. You say I am racked with woe; that I gnash with anguish. Well, you are a mere child in intellect. You use words without realization of meaning like those minds in what Leibnitz calls 'symbolical consciousness.' But suppose it were so -- "
"It is so."
"You know nothing."
"I see you twist and grind. Your eyes are very pale. I thought they were hazel. They are of the faint bluishness of phosphorus shimmerings seen in darkness."
"That proves nothing."
"But the 'white' of the sclerotic is dyed to yellow. And you look inward. Why do you look so palely inward, so woe-worn, upon your soul? Why can you speak of nothing but the sepulchre, and its rottenness? Your eyes seem to me wan with centuries of vigil, with mysteries and millenniums of pain."
"Pain! but you know so little of it! you are wind and words! of its philosophy and rationale nothing!"
"Who knows?'' "I will give you a hint. It is the sub-consciousness in conscious creatures of Eternity, and of eternal loss. The least prick of a pin not Pæan and Æsculapius and the powers of heaven and hell can utterly heal. Of an everlasting loss of pristine wholeness the conscious body is sub-conscious, and 'pain' is its sigh at the tragedy. So with all pain -- greater, the greater the loss. The hugest of losses is, of course, the loss of Time. If you lose that, any of it, you plunge at once into the transcendentalisms, the infinitudes, of Loss; if you lose all of it -- "
"But you so wildly exaggerate! Ha! ha! You rant, I tell you, of commonplaces with the woe -- "
"Hell is where a clear, untrammelled Spirit is sub-conscious of lost Time; where it boils and writhes with envy of the living world; hating it for ever, and all the sons of Life!"
"But curb yourself! Drink -- I implore -- I implore -- for God's sake -- but once -- "
"To hasten to the snare -- that is woe! to drive your ship upon the light/mouse rock -- that is Marah! To wake, and feel it irrevocably true that you went after her -- and the dead were there -- and her guests were in the depths of hell -- and you did not know it! -- though you might have.
Look out upon the houses of the city this dawning day: not one, I tell you, but in it haunts some soul -- walking up and down the old theatre of its little Day -- goading imagination by a thousand childish tricks, vraisemblances -- elaborately duping itself into the momentary fantasy that it still lives, that the chance of life is not for ever and for ever lost -- yet riving all the time with under-memories of the wasted Summer, the lapsed brief light between the two eternal glooms -- riving I say and shriek to you! -- riving, Mérimée, you destroying fiend -- She had sprung -- tall now, she seemed to me -- between couch and table.
"Mérimée!" I screamed, " -- my name, harlot, in your maniac mouth! By God, woman, you terrify me to death!"
I too sprang, the hairs of my head catching stiff horror from my fancies.
"Your name? Can you imagine me ignorant of your name, or anything concerning you? Mérimée! Why, did you not sit yesterday and read of me in a letter of Cosmo's?"
"Ah-h . . . ," hysteria bursting high in sob and laughter from my arid lips -- "Ah! ha! ha!
Xélucha! My memory grows palsied and grey, Xélucha! pity me -- my walk is in the very valley of shadow! -- senile and sere! -- observe my hair, Xélucha, its grizzled growth -- trepidant, Xélucha, clouded -- I am not the man you knew, Xélucha, in the palaces -- of Cosmo! You are Xélucha!"
"You rave, poor worm!" she cried, her face contorted by a species of malicious contempt.
"Xélucha died of cholera ten years ago at Antioch. I wiped the froth from her lips. Her nose underwent a green decay beforc burial. So far sunken into the brain was the left eye -- "
"You are -- you are Xélucha!" I shrieked; "voices now of thunder howl it within my consciousness -- and by the holy God, Xélucha, though you blight me with the breath of the hell you are, I shall clasp you, living or damned -- "
I rushed toward her. The word "Madman!" hissed as by the tongues of ten thousand serpents through the chamber, I heard; a belch of pestilent corruption puffed poisonous upon the putrid air; for a moment to my wildered eyes there seemed to rear itself, swelling high to the roof, a formless tower of ragged cloud, and before my projected arms had closed upon the very emptiness of insanity, I was tossed by the operation of some Behemoth potency far-circling backward to the utmost circumference of the oval, where, my head colliding, I fell, shocked, into insensibility.
* * *
When the sun was low toward night, I lay awake, and listlessly observed the grimy roof, and the sordid chair, and the candlestick of tin, and the bottle of which I had drunk. The table was small, filthy, of common deal, uncovered. All bore the appearance of having stood there for years. But for them, the room was void, the vision of luxury thinned to air. Sudden memory flashed upon me. I scrambled to my feet, and plunged and tottered, bawling, through the twilight into the street.
___________________________________
(1) M. P. Shiel é um dos meus autores favoritos. Um daqueles nomes esquecidos das letras mundias que mereciam outro tipo de destaque. Quando algum louco publicar um dos livros que há anos ambiciono publicar entre nós, o espantoso «The purple cloud», veremos se a crítica não me dará razão.
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He goeth after her. . . and knoweth not . . ." -- (From a diary)
Three days ago! by heaven, it seems an age. But I am shaken -- my reason is debauched. A while since, I fell into a momentary coma precisely resembling an attack of petit mal. "Tombs, and worms, and epitaphs" -- that is my dream. At my age, with my physique, to walk staggery, like a man stricken! But all that will pass: I must collect myself -- my reason is debauched. Three days ago! it seems an age! I sat on the floor before an old cista full of letters. I lighted upon a packet of Cosmo's. Why, I had forgotten them! they are turning sere! Truly, I can no more call myself a young man. I sat reading, listlessly, rapt back by memory. To muse is to be lost! of that evil habit I must wring the neck, or look to perish. Once more I threaded the mazy sphere-harmony of the minuet, reeled in the waltz, long pomps of candelabra, the noonday of the bacchanal, about me.
Cosmo was the very tsar and maharajah of the Sybarites! the Priap of the détraqués! In every unexpected alcove of the Roman Villa was a couch, raised high, with necessary foot-stool, flanked and canopied with mirrors of clarified gold. Consumption fastened upon him; reclining at last at table, he could, till warmed, scarce lift the wine! his eyes were like two fat glow-worms, coiled together! they seemed haloed with vaporous emanations of phosphorus! Desperate, one could see, was the secret struggle with the Devourer. But to the end the princely smile persisted calm; to the end -- to the last day -- he continued among that comic crew unchallenged choragus of all the rites, I will not say of Paphos, but of Chemos! and Baal-Peor! Warmed, he did not refuse the revel, the dance, the darkened chamber. It was utterly black, rayless; approached by a secret passage; in shape circular; the air hot, haunted always by odours of balms, bdellium, hints of dulcimer and flute; and radiated round with a hundred thick-strewn ottomans of Morocco.
Here Lucy Hill stabbed to the heart Caccofogo, mistaking the scar of his back for the scar of Soriac. In a bath of malachite the Princess Egla, waking late one morning, found Cosmo lying stiffly dead, the water covering him wholly.
"But in God's name, Mérimée!" (so he wrote), ''to think of Xélucha dead! Xélucha! Can a moon-beam, then, perish of suppurations? Can the rainbow be eaten by worms? Ha! ha! ha!
laugh with me, my friend: 'elle dérangera l'Enfer'! She will introduce the pas de tarantule into Tophet! Xélucha, the feminine Xélucha recalling the splendid harlots of history! Weep with me -- manat rara meas lacrima per genas! expert as Thargelia; cultured as Aspatia; purple as Semiramis. She comprehended the human tabernacle, my friend, its secret springs and tempers, more intimately than any savant of Salamanca who breathes. Tarare -- but Xélucha is not dead!
Vitality is not mortal; you cannot wrap flame in a shroud. Xélucha! where then is she? Translated, perhaps -- rapt to a constellation like the daughter of Leda. She journeyed to Hindostan, accompanied by the train and appurtenance of a Begum, threatening descent upon the Emperor of Tartary. I spoke of the desolation of the West; she kissed me, and promised return.
Mentioned you, too, Mérimée -- 'her Conqueror' -- 'Mérimée, Destroyer of Woman.' A breath from the conservatory rioted among the ambery whiffs of her forelocks, sending it singly a-wave over that thulite tint you know. Costumed cap-à-pie, she had, my friend, the dainty little completeness of a daisy mirrored bright in the eye of the browsing ox. A simile of Milton had for years, she said, inflamed the lust of her Eye: 'The barren plains of Sericana, where Chineses drive with sails and wind their cany wagons light.' I, and the Sabæans, she assured me, wrongly considered Flame the whole of being; the other half of things being Aristotle's quintessential light. In the Ourania Hierarchia and the Faust-book you meet a completeness: burning Seraph, Cherub full of eyes. Xélucha combined them. She would reconquer the Orient for Dionysius, and return. I heard of her blazing at Delhi; drawn in a chariot by lions. Then this rumour -- probably false. Indeed, it comes from a source somewhat turgid. Like Odin, Arthur, and the rest, Xélucha -- will reappear."
Soon subsequently, Cosmo lay down in his balneum of malechite, and slept, having drawn over him the water as a coverlet. I, in England, heard little of Xélucha: first that she was alive, then dead, then alighted at old Tadmor in the Wilderness, Palmyra now. Nor did I greatly care, Xélucha having long since turned to apples of Sodom in my mouth. Till I sat by the cista of letters and re-read Cosmo, she had for some years passed from my active memories.
The habit is now confirmed in me of spending the greater part of the day in sleep, while by night I wander far and wide through the city under the sedative influence of a tincture which has become necessary to my life. Such an existence of shadow is not without charm; nor, I think, could many minds be steadily subjected to its conditions without elevation, deepened awe. To travel alone with the Primordial cannot but be solemn. The moon is of the hue of the glow-worm; and Night of the sepulchre. Nux bore not less Thanatos than Hupuos, and the bitter tears of Isis redundulate to a flood. At three, if a cab rolls by, the sound has the augustncss of thunder. Once, at two, near a corner, I came upon a priest, seated, dead, leering, his legs bent. One arm, supported on a knee, pointed with rigid accusing forefinger obliquely upward. By exact observation, I found that he indicated Betelgeux, the star "a" which shoulders the wet sword of Orion. He was hideously swollen, having perished of dropsy. Thus in all Supremes is a grotesquerie; and one of the sons of Night is -- Buffo.
In a London square deserted, I should imagine, even in the day, I was aware of the metallic, silvery-clinking approach of little shoes. It was three in a heavy morning of winter, a day after my rediscovery of Cosmo. I had stood by the railing, regarding the clouds sail as under the sea-legged pilotage of a moon wrapped in cloaks of inclemency. Turning, I saw a little lady, very gloriously dressed. She had walked straight to me. Her head was bare, and crisped with the amber stream which rolled lax to a globe, kneaded thick with jewels, at her nape. In the redundance of her décolleté development, she resembled Parvati, mound-hipped love-goddess of the luscious fancy of the Brahmin.
She addressed to me the question:
"What are you doing there, darling?"
Her loveliness stirred me, and Night is bon camarade. I replied:
"Sunning myself by means of the moon."
"All that is borrowed lustre," she returned, "you have got it from old Drummond's Flowers of Sion."
Looking back, I cannot remember that this reply astonished me, though it should -- of course -- have done so. I said:
"On my soul, no; but you?"
"You might guess whence I come!"
"You are dazzling. You come from Paz."
''Oh, farther than that, my son! Say a subscription ball in Soho."
"Yes? . . . and alone? in the cold? on foot . . .?"
"Why, I am old, and a philosopher. I can pick you out riding Andromeda yondcr from the ridden Ram. They are in error, M'sieur, who suppose an atmosphere on the broad side of the moon. I have reason to believe that on Mars dwells a race whose lids are transparent like glass; so that the eyes are visible during sleep; and every varying dream moves imaged forth to the beholder in tiny panorama on the limpid iris. You cannot imagine me a mere fille! To be escortcd is to admit yourself a woman, and that is improper in Nowhere. Young Eos drives an équipage à quatre, but Artemis 'walks' alone. Get out of my borrowed light in the name of Diogenes! I am going home."
"Near Piccadilly."
"But a cab?"
"No cabs for me, thank you. The distance is a mere nothing. Come."
We walked forward. My companion at once put an interval between us, quoting from the Spanish Curate that the open is an enemy to love. The Talmudists, she twice insisted, rightly held the hand the sacredest part of the person, and at that point also contact was for the moment interdict. Her walk was extremely rapid. I followed. Not a cat was anywhere visible. We reached at length the door of a mansion in St. James's. There was no light. It seemed tenantless, the windows all uncurtained, pasted across, some of them, with the words, To Let. My companion, however, flitted up the steps, and, beckoning, passed inward. I, following, slammed the door, and was in darkness. I heard her ascend, and presently a region of glimmer above revealed a stairway of marble, curving broadly up. On the floor where I stood was no carpet, nor furniture: the dust was very thick. I had begun to mount when, to my surprise, she stood by my side, returned; and whispered:
"To the very top, darling."
She soared nimbly up, anticipating me. Higher, I could no longer doubt that the house was empty but for us. All was a vacuum full of dust and echoes. But at the top, light streamed from a door, and I entered a good-sized oval saloon, at about the centre of the house. I was completely dazzled by the sudden resplendence of the apartment. In the midst was a spread table, square, opulent with gold plate, fruit dishes; three ponderous chandeliers of electric light above; and I noticed also (what was very bizarre) one little candlestick of common tin containing an old soiled curve of tallow, on the table. The impression of the whole chamber was one of gorgeousness not less than Assyrian. An ivory couch at the far end was made sun-like by a head- piece of chalcedony forming a sea for the sport of emerald ichthyotauri. Copper hangings, parnlled with mirrors in iasperated crystal, corresponded with a dome of flame and copper; yet this latter, I now remember, produced upon my glance an impression of actual grime. My companion reclined on a small Sigma couch, raised high to the table-level in the Semitic manner, visible to her saffron slippers of satin. She pointed me a seat opposite. The incongruity of its presence in the middle of this arrogance of pomp so tickled me, that no power could have kept me from a smile: it was a grimy chair, mean, all wood, nor was I long in discovering one leg somewhat shorter than its fellows.
She indicated wine in a black glass bottle, and a tumbler, but herself made no pretence of drinking or eating. She lay on hip and elbow, petite, resplendent, and looked gravely upward. I, however, drank.
"You are tired," I said, "one sees that."
"It is precious little than you see!" she returned, dreamy, hardly glancing.
"How! your mood is changed, then? You are morose."
"You never, I think, saw a Norse passage-grave?"
"And abrupt."
"Never?"
"A passage-grave? No."
"It is worth a journey! They are circular or oblong chambers of stone, covered by great earthmounds, with a 'passage' of slabs connecting them with the outer air. All round the chamber the dead sit with head resting upon the bent knees, and consult together in silence."
"Drink wine with me, and be less Tartarean."
''You certainly seem to be a fool,'' she replied with perfect sardonic iciness. "Is it not, then, highly romantic? They belong, you know, to the Neolithic age. As the teeth fall, one by one, from the lipless mouths -- they are caught by the lap. When the lap thins -- they roll to the floor of stone. Thereafter, every tooth that drops all round the chamber sharply breaks the silence."
"Ha! ha! ha!"
"Yes. It is like a century-slow, circularly-successive dripping of slime in some cavern of the far subterrene."
"Ha! ha! This wine seems heady! They express themselves in a dialect largely dental."
"The Ape, on the other hand, in a language wholly guttural."
A town-clock tolled four. Our talk was holed with silences, and heavy-paced. The wine's yeasty exhalation reached my brain. I saw her through mist, dilating large, uncertain, shrinking again to dainty compactness. But amorousness had died within me.
"Do you know," she asked, "what has been discovered in one of the Danish Kjökkenmöddings by a little boy? It was ghastly. The skeleton of a huge fish with human -- "
"You are most unhappy."
"Be silent."
"You are full of care."
"I think you a great fool."
"You are racked with misery."
"You are a child. You have not even an instinct of the meaning of the word."
"How! Am I not a man? I, too, miserable, careful?"
"You are not, really, anything -- until you can create."
"Create what?"
"Matter."
"That is foppish. Matter cannot he created, nor destroyed."
"Truly, then, you must be a creature of unusually weak intellect. I see that now. Matter does not exist, then, there is no such thing, really -- it is an appearance, a spectrum -- every writer not imbecile from Plato to Fichte has, voluntary or involuntary, proved that for good. To create it is to produce an impression of its reality upon the senses of others; to destroy it is to wipe a wet rag across a scribbled slate."
"Perhaps. I do not care. Since no one can do it"
"No one? You are mere embryo -- "
"Who then?"
"Anyone, whose power of Will is equivalent to the gravitating force of a star of the First Magnitude."
"Ha! ha! ha! By heaven, you choose to be facetious. Are there then wills of such equivalence?"
"There have been three, the founders of religions. There was a fourth: a cobbler of Herculaneum, whosc mere volition induced the cataclysm of Vesuvius in '79' in direct opposition to the gravity of Sirius. There arc more fames than you have ever sung, you know.
The greater number of disembodied spirits, too, I feel certain -- ' "By heaven, I cannot but think you full of sorrow! Poor wight! come, drink with me. The wine is thick and boon. Is it not Setian? It makes you sway and swell before me, I swear, like a purple cloud of evening -- "
"But you are mere clayey ponderance! -- I did not know that! -- you are no companion! your little interest revolves round the lowest centres."
"Come -- forget your agonies -- "
"What, think you, is the portion of the buried body first sought by the worm?"
"The eyes! the eyes!"
"You are hideously wrong -- you are so utterly at sea -- -- "
"My God!"
She had bent forward with such rage of contradiction as to approach me closely. A loose gown of amber silk, wide-sleeved, had replaced her ball attire, though at what opportunity I could not guess; wondering, I noticed it as she now placed her palms far forth upon the table. A sudden wafture as of spice and orange-flowers, mingled with the abhorrent faint odour of mortality over-ready for the tomb, greeted my sense. A chill crept upon my flesh.
"You are so hopelessly at fault -- "
"For God's sake -- "
"You are so miserably deluded! Not the eyes at all!"
"Then, in heaven's name, what?"
Fivc tollcd from a clock.
"The Uvula! the soft drop of mucous flesh, you know, suspended from the palate above the glottis. They eat through the face-cloth and cheek, or crawl by the 1ips through a broken tooth, filling the mouth. They make straight for it. It is the deliciæ of the vault."
At her horror of interest I grew sick, at her odour, and her words. Some unspeakable sense of insignificance, of debility, held me dumb.
"You say I am full of sorrows. You say I am racked with woe; that I gnash with anguish. Well, you are a mere child in intellect. You use words without realization of meaning like those minds in what Leibnitz calls 'symbolical consciousness.' But suppose it were so -- "
"It is so."
"You know nothing."
"I see you twist and grind. Your eyes are very pale. I thought they were hazel. They are of the faint bluishness of phosphorus shimmerings seen in darkness."
"That proves nothing."
"But the 'white' of the sclerotic is dyed to yellow. And you look inward. Why do you look so palely inward, so woe-worn, upon your soul? Why can you speak of nothing but the sepulchre, and its rottenness? Your eyes seem to me wan with centuries of vigil, with mysteries and millenniums of pain."
"Pain! but you know so little of it! you are wind and words! of its philosophy and rationale nothing!"
"Who knows?'' "I will give you a hint. It is the sub-consciousness in conscious creatures of Eternity, and of eternal loss. The least prick of a pin not Pæan and Æsculapius and the powers of heaven and hell can utterly heal. Of an everlasting loss of pristine wholeness the conscious body is sub-conscious, and 'pain' is its sigh at the tragedy. So with all pain -- greater, the greater the loss. The hugest of losses is, of course, the loss of Time. If you lose that, any of it, you plunge at once into the transcendentalisms, the infinitudes, of Loss; if you lose all of it -- "
"But you so wildly exaggerate! Ha! ha! You rant, I tell you, of commonplaces with the woe -- "
"Hell is where a clear, untrammelled Spirit is sub-conscious of lost Time; where it boils and writhes with envy of the living world; hating it for ever, and all the sons of Life!"
"But curb yourself! Drink -- I implore -- I implore -- for God's sake -- but once -- "
"To hasten to the snare -- that is woe! to drive your ship upon the light/mouse rock -- that is Marah! To wake, and feel it irrevocably true that you went after her -- and the dead were there -- and her guests were in the depths of hell -- and you did not know it! -- though you might have.
Look out upon the houses of the city this dawning day: not one, I tell you, but in it haunts some soul -- walking up and down the old theatre of its little Day -- goading imagination by a thousand childish tricks, vraisemblances -- elaborately duping itself into the momentary fantasy that it still lives, that the chance of life is not for ever and for ever lost -- yet riving all the time with under-memories of the wasted Summer, the lapsed brief light between the two eternal glooms -- riving I say and shriek to you! -- riving, Mérimée, you destroying fiend -- She had sprung -- tall now, she seemed to me -- between couch and table.
"Mérimée!" I screamed, " -- my name, harlot, in your maniac mouth! By God, woman, you terrify me to death!"
I too sprang, the hairs of my head catching stiff horror from my fancies.
"Your name? Can you imagine me ignorant of your name, or anything concerning you? Mérimée! Why, did you not sit yesterday and read of me in a letter of Cosmo's?"
"Ah-h . . . ," hysteria bursting high in sob and laughter from my arid lips -- "Ah! ha! ha!
Xélucha! My memory grows palsied and grey, Xélucha! pity me -- my walk is in the very valley of shadow! -- senile and sere! -- observe my hair, Xélucha, its grizzled growth -- trepidant, Xélucha, clouded -- I am not the man you knew, Xélucha, in the palaces -- of Cosmo! You are Xélucha!"
"You rave, poor worm!" she cried, her face contorted by a species of malicious contempt.
"Xélucha died of cholera ten years ago at Antioch. I wiped the froth from her lips. Her nose underwent a green decay beforc burial. So far sunken into the brain was the left eye -- "
"You are -- you are Xélucha!" I shrieked; "voices now of thunder howl it within my consciousness -- and by the holy God, Xélucha, though you blight me with the breath of the hell you are, I shall clasp you, living or damned -- "
I rushed toward her. The word "Madman!" hissed as by the tongues of ten thousand serpents through the chamber, I heard; a belch of pestilent corruption puffed poisonous upon the putrid air; for a moment to my wildered eyes there seemed to rear itself, swelling high to the roof, a formless tower of ragged cloud, and before my projected arms had closed upon the very emptiness of insanity, I was tossed by the operation of some Behemoth potency far-circling backward to the utmost circumference of the oval, where, my head colliding, I fell, shocked, into insensibility.
* * *
When the sun was low toward night, I lay awake, and listlessly observed the grimy roof, and the sordid chair, and the candlestick of tin, and the bottle of which I had drunk. The table was small, filthy, of common deal, uncovered. All bore the appearance of having stood there for years. But for them, the room was void, the vision of luxury thinned to air. Sudden memory flashed upon me. I scrambled to my feet, and plunged and tottered, bawling, through the twilight into the street.
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(1) M. P. Shiel é um dos meus autores favoritos. Um daqueles nomes esquecidos das letras mundias que mereciam outro tipo de destaque. Quando algum louco publicar um dos livros que há anos ambiciono publicar entre nós, o espantoso «The purple cloud», veremos se a crítica não me dará razão.
Certo?
0 comentários segunda-feira, 8 de março de 2010Em noite de Óscares apeteceu-me recordar este momento que continuo a achar dos mais divertidos em entregas de prémios de cinema de todos os tempos:
read more “Certo?”
Da destruição dos livros
6 comentários sábado, 6 de março de 2010INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO À POLÉMICA DOS LIVROS GUILHOTINADOS
Com a polémica levantada recentemente pela Maria Teresa Horta, tem-se ouvido muita coisa mas, curiosamente, os poucos editores que falaram, explicaram a situação da pior forma possível.
As intervenções da Senhora Ministra revelaram, por sua vez, algo que já todos os que andamos no mundo dos livros há algum tempo sabíamos: que o distanciamento e desconhecimento do Ministério da Cultura e mesmo dos organismos que tutelam o livro e a edição (mas nada tutelam), relativamente ao negócio do livro, são totais.
Esta situação de desconhecimento e, diria, intencional desligamento das obrigações perante um sector vital da transmissão da cultura - pois através do livro podem convir-se quase todas as restantes artes e nem sequer será necessário mencionar que é instrumento central no processo de divulgação cultural inter-geracional - , reflecte o espírito das instituições de tutela cultural no nosso país: falta de profissionalismo, falta de conhecimentos de gestão no que ao negócio da cultura respeita. E foi já há perto de 50 anos que a UNESCO definiu o livro, bem como outros bens culturais, enquanto produtos culturais, ou seja, algo que deve ser pensado pelo lado teórico e filosófico mas que deve, igualmente, ser visto como produto comercial, pois sem um pensamento financeiro as industrias culturais só sobrevivem por milagre.
Assim, o retrato que temos do sector do livro no nosso país passa por:
a)
Um grande número de editores sem conhecimentos de gestão e sem qualquer tipo de profissionalismo, que vivem de ideias quixotescas e que, quando confrontados com realidades financeiras graves, preferem recorrer à ilegalidade, não pagando a agentes do sector (tradutores, revisores, designers), ignorando os pagamentos de direitos de autor (ou fazendo mesmo tabula rasa deles), publicando obras estrangeiras sem contrato ou sem sequer pagarem os avanços de direitos, negociando direitos que não lhes pertencem, ignorando todas as legislações existentes, continuando a publicar obras com contratos há muito caducados, etc. E ninguém regulamenta isto.
Eu, por exemplo, comecei a trabalhar, saído da universidade, numa editora que existia há 27 anos (e continua a existir) fazendo toda a sorte de ilegalidades, aliás num catálogo de quase 500 títulos, se algum houvesse que não arrastasse consigo uma qualquer ilegalidade ou falta de pagamento, ficaria surpreendido.
Muitos editores queixam-se dos elevadíssimos avanços de direitos solicitados por editoras e agências internacionais. Eu já tive oportunidade de sondar muitas dessas editoras e agências que me informaram que a imagem dos editores portugueses enquanto péssimos pagadores, e fazedores de edições ilegais é tão internacionalmente famosa que este é o mecanismo possível para as editoras e agentes estrangeiros tentarem proteger, dentro do razoável, os direitos dos autores que representam.
b)
Mas a falta de profissionalismo continua. Uma das coisas que tenho vindo a apontar ao longo dos anos é o total desconhecimento da maior parte dos agentes do mercado editorial ou da edição em relação ao trabalho uns dos outros. Editores que não sabem quais os problemas das gráficas, gráficos que não sabem os problemas das livrarias, tradutores que não conhecem as dificuldades dos editores (a lista é extensa)... e no entanto todos se queixam, sem tentarem saber motivos. E já nem vou falar de um Ministério da Cultura que voga ao sabor das marés sem saber um milionésimo do sector. Não intervindo, não fiscalizando e não legislando (nem através das sub-estruturas criadas precisamente para esse efeito).
Aqui há uns anos atrás, por exemplo, descobri que o apoio para divulgação de obras de uma cultura europeia junto a outra cultura europeia, atribuído pelo programa europeu Cultural 2000, era canalizado, entre nós, para apoio à publicação de obras de autores africanos.
De há anos, sempre que falava com um novo tradutor ou revisor e lhe fazia um retrato da situação da edição e do livro em questão, explicando porque não podia pagar mais, percebia que, mesmo profissionais com mais de 40 anos de profissão, nunca tinham sequer ouvido sobre como funcionava a distribuição de custos da feitura de um livro.
Li artigos em blogues em que se alegava que os únicos profissionais do sector do livro que arriscavam alguma coisa eram os livreiros.
Enfim, a lista é extensa e não admira que um sector que tem de combater a crescente falta de leitores (vendem-se ligeiramente mais livros mas trata-se essencialmente de uma questão macroeconómica - o livro é dos presentes de prestígio mais baratos - e de livros técnicos ou de estudo), nunca se tenha unido. Essa união não agrada a muitos, que preferem manter as trevas em torno das suas acções, e incomoda muitos outros que preferem continuar orgulhosamente deplorando a decadência cultural do país.
Queria ainda, neste ponto, reforçar a ausência de legislação comercial e a pouca fiscalização existente. Os modelos são desadequados e poucos os cumprem. E nem vou falar da questão da lei do preço fixo que acho ser das coisas mais idióticas jamais criadas, sobretudo num mercado onde a fiscalização é o que é.
c)
Há pouco tempo li aqui um texto do escritor David Machado em que este falava do desgoverno do escritor/autor. Ao longo dos anos conheci escritores que, de tão felizes por terem sido publicados, nem olhavam para os contratos que assinavam. Conheci autores presos por contratos de exclusividade que nem sabiam que os tinham assinado e autores que ficavam surpresos pelas editoras invocarem este ou aquele ponto de um contrato. Percebo que nem todos os escritores tenham conhecimentos legais e jurídicos, mas o não saberem recorrer a quem os tenha, quando não conseguem interpretar um texto de tal ordem, é outra grande falha. E, por fim, nem vou falar da ignorância dos escritores relativamente aos processos de mercado. Escritores que se queixam, passado meses da saída da sua obra, de que não a encontram em lado nenhum revelam que não percebem nada do mercado editorial (não que ele funcione de forma correcta, entenda-se!). Este tipo de ignorância faz-me lembrar os muitos colegas que tive na Faculdade de Letras e que nem sequer gostavam de ler, mas como tinham uma aversão e bloqueio total no que tocava a números, tinham seguido aquela alternativa (são muitos desses colegas que andam a ensinar os nossos filhos a gostar de ler - alguém mais vê a perniciosidade disto tudo?).
***
Senhora Ministra, em Itália, há mais de 25 anos, o governo percebeu que não conseguia controlar o sector e que os editores não cumpriam leis e normas. Então tomou uma sábia medida: criou uma base de dados nacional através da qual, ainda hoje, qualquer editor, livreiro ou cliente, descobre se um livro x está publicado, onde está disponível e em que quantidades (para já não dizer, a que preços). Esta solução evitou: os contínuos incumprimentos no pagamento de direitos a autores nacionais e estrangeiros, pois os detentores de direitos podiam sempre verificar quem devia o quê, a partir da diferença entre o número de livros injectado no mercado e os que realmente tinham sido vendidosao fim de determinado periodo; evita as trafulhices de editores e gráficas nas alegações de número real de exemplares produzidos; evita que os empregados das livrarias, mal pagos, desconhecedores, sem formação e interesse, respondam que uma obra está esgotada sempre que não lhes apetece consultar o computador (a Bertrand é, infelizmente, especialista neste tipo de situações), para já não referir os empregados que não sabem se hão-de procurar Pessoa no campo de autores nacionais ou estrangeiros - sim, já me aconteceu!
CONCLUSÃO
A Senhora Ministra Gabriela Canavilhas informa agora que irá estabelecer parcerias para permitir facilitar doações de fundos mortos das editoras. Há quantos anos se vêem queixando os editores desta falta de parcerias e soluções?
A Senhora Ministra considera esta destruição um "massacre", seria contudo mais conveniente reflectir nos pontos que indiquei acima e tentar perceber porque ficam tantos livros sem compradores. E, já agora, será que os livros sem compradores valerão mesmo a pena serem "todos" doados. Será que o facto de não terem encontrado público não significa que não haja, efectivamente, público para eles? E aí de que servem as doações?
Não saberá a Senhora Ministra que a destruição de livros acaba por resultar de um sector que publica sem orientações e sem fiscalização? Um sector onde há mais entidades publicadoras e mais títulos publicados do que leitores para os consumir? Um sector que, fiscalizado e legislado, certamente seria reduzido ao número correcto de publicações e entidades editoras, de forma a não haver necessidade de recorrer a falcatruas para sobreviver, para haver a responsabilidade de publicar com conhecimento do público e das suas necessidades, para não ser obrigado a guilhotinar excedentes?
Se todos os agentes do sector se procurarem informar um pouco mais sobre o trabalho e necessidades uns dos outros, se todos procurarem harmonizar a sua acção face às realidades de mercado e ao inimigo comum que é a baixíssima taxa de leitura da nossa população, talvez tudo melhore e quem melhor que o Ministério para encabeçar essa noção de mudança?
Quanto à destruição de livros que acontece, e que é pratica comum em todo o mundo (desenganem-se Ministras e Autores), acontece porque é necessário que aconteça. Podem encontrar-se algumas soluções mas não vão ser soluções totais e definitivas. A destruição de livros que se dá, muitas vezes é amiga dos autores, pois o desaparecimento de exemplares disponíveis atenua a carga de aluguer de espaço de uma editora (ou distribuidora) e, recebendo essa editora várias encomendas de um título destruido, vendo a necessidade financeira da sua reedição (caso tenham profissionais capazes de fazer essa avaliação), fará nova edição, apresentada como novidade - o que garante maior destaque - , provavelmente recorrendo a novo design o que também ajudará à sua venda.
Por último, queria chamar a atenção de que esta polémica terá partido, de acordo com o Público, "de José da Cruz Santos, editor que trabalhou com a Asa (que foi integrada na Leya) e que disse ao JN ter sido informado pela editora de que muitos dos títulos que se encontravam em armazém iam ser guilhotinados, sobrando apenas poucos exemplares de cada obra". Falava-se da destruição de "milhares de livros de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Eduardo Lourenço e Vasco Graça Moura". Ora eu queria relembrar que muitos desses autores estão agora noutras editoras com edições novas e que por lei os exemplares remanescentes nas antigas editoras, dentro de semelhantes circunstâncias, devem precisamente ser destruidos! Caso contrário, prejudica-se seriamente as editoras que fizeram novos investimentos nesses autores: imagine-se que os fundos de livros de Jorge de Sena apareciam agora no mercado, isentos da lei do preço fixo, ao preço da chuva. O que sucederia aos novos livros publicados pela Babel de Teixeira Pinto?
Se os livros, por outro lado, forem doados a bibliotecas, estamos perante mais outra perda de potenciais clientes para a editora actual que investiu em novas edições desses autores.
E, mesmo para terminar, queria perguntar quem é o Senhor Cruz Santos para vir invocar esse tipo de situações, quando se sabe perfeitamenter que, através do projecto "Modo de ler" que lidera, está a relançar para o mercado, recapadas, edições ilegais (sem direitos pagos e sem cavaco aos tradutores) de livros que outrora publicou na sua editora INOVA (entretanto falida). Atenção que não tiro o mérito ao Senhor Cruz Santos da muita coisa notável que fez pela edição em Portugal ao longo de dezenas de anos, mas fê-lo como se fazia antigamente: olhando apenas aos aspectos legais que era conveniente olhar e desleixando as questões essenciais dos direitos de autor. Mais uma vez, esse tipo de situações continua a existir sem que haja fiscalização das entidades superiores da Cultura em Portugal. E, quem conheça o meio, sabe muito bem porque motivo veio trazer a público estas questões o Senhor Cruz Santos, "esquecendo-se" que a destruição dos livros não apenas é legal como também é necessária para o equilíbrio do mercado e para bem dos autores. O mesmo não se passa no caso dos livros da Maria Teresa Horta, situação que tem, a meu ver, origem no mau funcionamento das livrarias e dos serviços de encomendas e informática das várias livrarias e distribuidoras e que seria resolúvel de forma legal e menos dispendiosa, trazendo ao mesmo tempo maior clareza ao mercado, através de medidas mais sensíveis e informadas por parte do Ministério.
Grandes Contos: Los Pocillos
0 comentáriosLos Pocillos por Mario Benedetti (retirado de Facebook Mario Benedetti official fan page; originalmente publicado na obra «Montevideanos»)
Los pocillos eran seis: dos rojos, dos negros, dos verdes, y además importados, irrompibles, modernos. Habían llegado como regalo de Enriqueta, en el último cumpleaños de Mariana, y desde ese día el comentario de cajón había sido que podía combinarse la taza de un color con el platillo de otro. "Negro con rojo queda fenomenal", había sido el consejo estético de Enriqueta. Pero Mariana, en un discreto rasgo de independencia, había decidido que cada pocillo sería usado con su plato del mismo color.
"El café ya está pronto. ¿Lo sirvo?", preguntó Mariana. La voz se dirigía al marido, pero los ojos estaban fijos en el cuñado. Este parpadeó y no dijo nada, pero José Claudio contestó: "Todavía no. Esperá un ratito. Antes quiero fumar un cigarrillo." Ahora sí ella miró a José Claudio y pensó, por milésima vez, que aquellos ojos no parecían de ciego.
La mano de José Claudio empezó a moverse, tanteando el sofá. "¿Qué buscás?", preguntó ella. "El encendedor." "A tu derecha." La mano corrigió el rumbo y halló el encendedor. Con ese temblor que da el continuado afán de búsqueda, el pulgar hizo girar varias veces la ruedita, pero la llama no apareció. A una distancia ya calculada, la mano izquierda trataba infructuosamente de registrar la aparición del calor. Entonces Alberto encendió un fósforo y vino en su ayuda. "¿Por qué no lo tirás?" dijo, con una sonrisa que, como toda sonrisa para ciegos, impregnaba también las modulaciones de la voz. "No lo tiro porque le tengo cariño. Es un regalo de Mariana."
Ella abrió apenas la boca y recorrió el labio inferior con la punta de la lengua. Un modo como cualquier otro de empezar a recordar. Fue en marzo de 1953, cuando él cumplió 35 años y todavía veía. Habían almorzado en casa de los padres de José Claudio, en Punta Gorda, habían comido arroz con mejillones, y después se habían ido a caminar por la playa. El le había pasado un brazo por los hombros y ella se había sentido protegida, probablemente feliz o algo semejante. Habían regresado al apartamento y él la había besado lentamente, morosamente, como besaba antes. Habían inaugurado el encendedor con un cigarrillo que fumaron a medias. Ahora el encendedor ya no servía. Ella tenía poca confianza en los conglomerados simbólicos, pero, después de todo, ¿qué servía aún de aquella época?
"Este mes tampoco fuiste al médico", dijo Alberto.
"No."
"¿Querés que te sea sincero?"
"Claro."
"Me parece una idiotez de tu parte."
"¿Y para qué voy a ir? ¿Para oirle decir que tengo una salud de roble, que mi hígado funciona admirablemente, que mi corazón golpea con el ritmo debido, que mis intestinos son una maravilla? ¿Para eso querés que vaya? Estoy podrido de mi notable salud sin ojos."
La época anterior a la ceguera, José Claudio nunca había sido especialista en la exteriorización de sus emociones, pero Mariana no se ha olvidado de cómo era ese rostro antes de adquirir esta tensión, este resentimiento. Su matrimonio había tenido buenos momentos, eso no podía ni quería ocultarlo. Pero cuando estalló el infortunio, él se había negado a valorar su amparo, a refugiarse en ella. Todo su orgullo se concentró en un silencio terrible, testarudo, un silencio que seguía siendo tal, aún cuando se rodeara de palabras. José Claudio había dejado de hablar de sí.
"De todos modos debería ir", apoyó Mariana. "Acordate de lo que siempre te decía Menéndez."
"Cómo no, que me acuerdo: Para Usted No Está Todo Perdido. Ah, y otra frase famosa: La Ciencia No Cree en Milagros.
Yo tampoco creo en milagros." "¿Y por qué no aferrarte a una esperanza? Es humano."
"¿De veras?" Habló por el costado del cigarrillo.
Se había escondido en sí mismo. Pero Mariana no estaba hecha para asistir, simplemente para asistir, a un reconcentrado. Mariana reclamaba otra cosa. Una mujercita para ser exigida con mucho tacto, eso era. Con todo, había bastante margen para esa exigencia; ella era dúctil. Toda una calamidad que él no pudiese ver; pero esa no era la peor desgracia. La peor desgracia era que estuviese dispuesto a evitar, por todos los medios a su alcance, la ayuda de Mariana. El menospreciaba su protección. Y Mariana hubiera querido -sinceramente, cariñosamente, piadosamente- protegerlo.
Bueno, eso era antes; ahora no. El cambio se había operado con lentitud. Primero fue un decaimiento de la ternura. El cuidado, la atención, el apoyo, que desde el comienzo estuvieron rodeados de un halo constante de cariño, ahora se habían vuelto mecánicos. Ella seguía siendo eficiente, de eso no cabía duda, pero no disfrutaba manteniéndose solícita. Después fue un temor horrible frente a la posibilidad de una discusión cualquiera. El estaba agresivo, dispuesto siempre a herir, a decir lo más duro, a establecer su crueldad sin posible retroceso. Era increíble cómo hallaba a menudo, aún en las ocasiones menos propicias, la injuria refinadamente certera, la palabra que llegaba hasta el fondo, el comentario que marcaba a fuego. Y siempre desde lejos, desde muy atrás de su ceguera, como si ésta oficiara de muro de contención para el incómodo estupor de los otros.
Alberto se levantó del sofá y se acercó al ventanal.
"Que otoño desgraciado", dijo, "¿Te fijaste?" La pregunta era para ella.
"No", respondió José Claudio. "Fijate vos por mí."
Alberto la miró. Durante el silencio, se sonrieron. Al margen de José Claudio, y sin embargo, apropósito de él. De pronto Mariana supo que se había puesto linda. Siempre que miraba a Alberto se ponía linda. El se lo había dicho por primera vez la noche del 23 de abril del año pasado, hacía exactamente un año y ocho días: una noche en que José Claudio le había gritado cosas muy feas, y ella había llorado, desalentada, torpemente triste, durante horas y horas, es decir, hasta que había encontrado el hombro de Alberto y se había sentido comprendida y segura. ¿De dónde extraería Alberto esa capacidad para entender a la gente? Ella estaba con él, o simplemente lo miraba, y sabía de inmediato que él la estaba sacando del apuro. "Gracias", había dicho entonces. Y todavía ahora la palabra llegaba a sus labios directamente desde su corazón, sin razonamientos intermediarios, sin usura. Su amor hacia Alberto había sido en sus comienzos gratitud, pero eso (que ella veía con toda nitidez) no alcanzaba a depreciarlo. Para ella, querer había sido siempre un poco agradecer y otro poco provocar la gratitud. A José Claudio, en los buenos tiempos, le había agradecido que él, tan brillante, tan lúcido, tan sagaz, se hubiera fijado en ella, tan insignificante. Había fallado en lo otro, en eso de provocar la gratitud, y había fallado tan luego en la ocasión más absurdamente favorable, es decir, cuando él parecía necesitarla más.
A Alberto, en cambio, le agradecía el impulso inicial, la generosidad de ese primer socorro que la había salvado de su propio caos, y, sobre todo, ayudado a ser fuerte. Por su parte, ella había provocado su gratitud, claro que sí. Porque Alberto era un alma tranquila, un respetuoso de su hermano, un fanático del equilibrio, pero también, y en definitiva, un solitario. Durante años y años, Alberto y ella habían mantenido una relación superficialmente cariñosa, que se detenía con espontánea discreción en los umbrales del tuteo y sólo en contadas ocasiones dejaba entrever una solidaridad algo más profunda. Acaso Alberto envidiara un poco la aparente felicidad de su hermano, la buena suerte de haber dado con una mujer que él consideraba encantadora. En realidad, no hacía mucho que Mariana había obtenido a confesión de que la imperturbable soltería de Alberto se debía a que toda posible candidata era sometida a una imaginaria y desventajosa comparación.
"Y ayer estuvo Trelles", estaba diciendo José Claudio, "a hacerme la clásica visita adulona que el personal de la fábrica me consagra una vez por trimestre. Me imagino que lo echarán a la suerte y el que pierde se embroma y viene a verme."
"También puede ser que te aprecien", dijo Alberto, "que conserven un buen recuerdo del tiempo en que los dirigías, que realmente estén preocupados por tu salud. No siempre la gente es tan miserable como te parece de un tiempo a esta parte."
"Qué bien. Todos los días se aprende algo nuevo." La sonrisa fue acompañada de un breve resoplido, destinado a inscribirse en otro nivel de ironía.
Cuando Mariana había recurrido a Alberto en busca de protección, de consejo, de cariño, había tenido de inmediato la certidumbre de que a su vez estaba protegiendo a su protector, de que él se hallaba tan necesitado de amparo como ella misma, de que allí, todavía tensa de escrúpulos y quizás de pudor, había una razonable desesperación de la que ella comenzó a sentirse responsable. Por eso, justamente, había provocado su gratitud, por no decírselo con todas las letras, por simplemente dejar que él la envolviera en su ternura acumulada de tanto tiempo atrás, por sólo permitir que él ajustara a la imprevista realidad aquellas imágenes de ella misma que había hecho transcurrir, sin hacerse ilusiones, por el desfiladero de sus melancólicos insomnios. Pero la gratitud pronto fue desbordada. Como si todo hubiera estado dispuesto para la mutua revelación, como si sólo hubiera faltado que se miraran a los ojos para confrontar y compensar sus afanes, a los pocos días lo más importante estuvo dicho y los encuentros furtivos menudearon. Mariana sintió de pronto que su corazón se había ensanchado y que el mundo era nada más que eso: Alberto y ella.
"Ahora sí podés calentar el café", dijo José Claudio, y Mariana se inclinó sobre la mesita ratona para encender el mecherito. Por un momento se distrajo contemplando los pocillos. Sólo había traído tres, uno de cada color. Le gustaba verlos así, formando un triángulo.
Después se echó hacia atrás en el sofá y su nuca encontró lo que esperaba: la mano cálida de Alberto, ya ahuecada para recibirla. Qué delicia, Dios mío. La mano empezó a moverse suavemente y los dedos largos, afilados, se introdujeron por entre el pelo. La primera vez que Alberto se había animado a hacerlo, Mariana se había sentido terriblemente inquieta, con los músculos anudados en una dolorosa contracción que le había impedido disfrutar de la caricia. Ahora no. Ahora estaba tranquila y podía disfrutar. Le parecía que la ceguera de José Claudio era una especie de protección divina.
Sentado frente a ellos, José Claudio respiraba normalmente, casi con beatitud. Con el tiempo, la caricia de Alberto se había convertido en una especie de rito y, ahora mismo, Mariana estaba en condiciones de aguardar el movimiento próximo y previsto. Como todas las tardes, la mano acarició el pescuezo, rozó apenas la oreja derecha, recorrió lentamente la mejilla y el mentón. Finalmente se detuvo sobre los labios entreabiertos. Entonces ella, como todas las tardes, besó silenciosamente aquella palma y cerró por un instante los ojos. Cuando los abrió, el rostro de José Claudio era el mismo. Ajeno, reservado, distante. Para ella, sin embargo, ese momento incluía siempre un poco de temor. Un temor que no tenía razón de ser, ya que en el ejercicio de esa caricia púdica, riesgosa, insolente, ambos habían llegado a una técnica tan perfecta como silenciosa.
"No lo dejes hervir", dijo José Claudio.
La mano de Alberto se retiró y Mariana volvió a inclinarse sobre la mesita. Retiró el mechero, apagó la llamita con la tapa de vidrio, llenó los pocillos directamente desde la cafetera.
Todos los días cambiaba la distribución de los colores. Hoy sería el verde para José Claudio, el negro para Alberto, el rojo para ella. Tomó el pocillo verde para alcanzárselo a su marido, pero antes de dejarlo en sus manos, se encontró con la extraña, apretada sonrisa. Se encontró además, con unas palabras que sonaban más o menos así: "No, querida. Hoy quiero tomar en el pocillo rojo."
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Los pocillos eran seis: dos rojos, dos negros, dos verdes, y además importados, irrompibles, modernos. Habían llegado como regalo de Enriqueta, en el último cumpleaños de Mariana, y desde ese día el comentario de cajón había sido que podía combinarse la taza de un color con el platillo de otro. "Negro con rojo queda fenomenal", había sido el consejo estético de Enriqueta. Pero Mariana, en un discreto rasgo de independencia, había decidido que cada pocillo sería usado con su plato del mismo color.
"El café ya está pronto. ¿Lo sirvo?", preguntó Mariana. La voz se dirigía al marido, pero los ojos estaban fijos en el cuñado. Este parpadeó y no dijo nada, pero José Claudio contestó: "Todavía no. Esperá un ratito. Antes quiero fumar un cigarrillo." Ahora sí ella miró a José Claudio y pensó, por milésima vez, que aquellos ojos no parecían de ciego.
La mano de José Claudio empezó a moverse, tanteando el sofá. "¿Qué buscás?", preguntó ella. "El encendedor." "A tu derecha." La mano corrigió el rumbo y halló el encendedor. Con ese temblor que da el continuado afán de búsqueda, el pulgar hizo girar varias veces la ruedita, pero la llama no apareció. A una distancia ya calculada, la mano izquierda trataba infructuosamente de registrar la aparición del calor. Entonces Alberto encendió un fósforo y vino en su ayuda. "¿Por qué no lo tirás?" dijo, con una sonrisa que, como toda sonrisa para ciegos, impregnaba también las modulaciones de la voz. "No lo tiro porque le tengo cariño. Es un regalo de Mariana."
Ella abrió apenas la boca y recorrió el labio inferior con la punta de la lengua. Un modo como cualquier otro de empezar a recordar. Fue en marzo de 1953, cuando él cumplió 35 años y todavía veía. Habían almorzado en casa de los padres de José Claudio, en Punta Gorda, habían comido arroz con mejillones, y después se habían ido a caminar por la playa. El le había pasado un brazo por los hombros y ella se había sentido protegida, probablemente feliz o algo semejante. Habían regresado al apartamento y él la había besado lentamente, morosamente, como besaba antes. Habían inaugurado el encendedor con un cigarrillo que fumaron a medias. Ahora el encendedor ya no servía. Ella tenía poca confianza en los conglomerados simbólicos, pero, después de todo, ¿qué servía aún de aquella época?
"Este mes tampoco fuiste al médico", dijo Alberto.
"No."
"¿Querés que te sea sincero?"
"Claro."
"Me parece una idiotez de tu parte."
"¿Y para qué voy a ir? ¿Para oirle decir que tengo una salud de roble, que mi hígado funciona admirablemente, que mi corazón golpea con el ritmo debido, que mis intestinos son una maravilla? ¿Para eso querés que vaya? Estoy podrido de mi notable salud sin ojos."
La época anterior a la ceguera, José Claudio nunca había sido especialista en la exteriorización de sus emociones, pero Mariana no se ha olvidado de cómo era ese rostro antes de adquirir esta tensión, este resentimiento. Su matrimonio había tenido buenos momentos, eso no podía ni quería ocultarlo. Pero cuando estalló el infortunio, él se había negado a valorar su amparo, a refugiarse en ella. Todo su orgullo se concentró en un silencio terrible, testarudo, un silencio que seguía siendo tal, aún cuando se rodeara de palabras. José Claudio había dejado de hablar de sí.
"De todos modos debería ir", apoyó Mariana. "Acordate de lo que siempre te decía Menéndez."
"Cómo no, que me acuerdo: Para Usted No Está Todo Perdido. Ah, y otra frase famosa: La Ciencia No Cree en Milagros.
Yo tampoco creo en milagros." "¿Y por qué no aferrarte a una esperanza? Es humano."
"¿De veras?" Habló por el costado del cigarrillo.
Se había escondido en sí mismo. Pero Mariana no estaba hecha para asistir, simplemente para asistir, a un reconcentrado. Mariana reclamaba otra cosa. Una mujercita para ser exigida con mucho tacto, eso era. Con todo, había bastante margen para esa exigencia; ella era dúctil. Toda una calamidad que él no pudiese ver; pero esa no era la peor desgracia. La peor desgracia era que estuviese dispuesto a evitar, por todos los medios a su alcance, la ayuda de Mariana. El menospreciaba su protección. Y Mariana hubiera querido -sinceramente, cariñosamente, piadosamente- protegerlo.
Bueno, eso era antes; ahora no. El cambio se había operado con lentitud. Primero fue un decaimiento de la ternura. El cuidado, la atención, el apoyo, que desde el comienzo estuvieron rodeados de un halo constante de cariño, ahora se habían vuelto mecánicos. Ella seguía siendo eficiente, de eso no cabía duda, pero no disfrutaba manteniéndose solícita. Después fue un temor horrible frente a la posibilidad de una discusión cualquiera. El estaba agresivo, dispuesto siempre a herir, a decir lo más duro, a establecer su crueldad sin posible retroceso. Era increíble cómo hallaba a menudo, aún en las ocasiones menos propicias, la injuria refinadamente certera, la palabra que llegaba hasta el fondo, el comentario que marcaba a fuego. Y siempre desde lejos, desde muy atrás de su ceguera, como si ésta oficiara de muro de contención para el incómodo estupor de los otros.
Alberto se levantó del sofá y se acercó al ventanal.
"Que otoño desgraciado", dijo, "¿Te fijaste?" La pregunta era para ella.
"No", respondió José Claudio. "Fijate vos por mí."
Alberto la miró. Durante el silencio, se sonrieron. Al margen de José Claudio, y sin embargo, apropósito de él. De pronto Mariana supo que se había puesto linda. Siempre que miraba a Alberto se ponía linda. El se lo había dicho por primera vez la noche del 23 de abril del año pasado, hacía exactamente un año y ocho días: una noche en que José Claudio le había gritado cosas muy feas, y ella había llorado, desalentada, torpemente triste, durante horas y horas, es decir, hasta que había encontrado el hombro de Alberto y se había sentido comprendida y segura. ¿De dónde extraería Alberto esa capacidad para entender a la gente? Ella estaba con él, o simplemente lo miraba, y sabía de inmediato que él la estaba sacando del apuro. "Gracias", había dicho entonces. Y todavía ahora la palabra llegaba a sus labios directamente desde su corazón, sin razonamientos intermediarios, sin usura. Su amor hacia Alberto había sido en sus comienzos gratitud, pero eso (que ella veía con toda nitidez) no alcanzaba a depreciarlo. Para ella, querer había sido siempre un poco agradecer y otro poco provocar la gratitud. A José Claudio, en los buenos tiempos, le había agradecido que él, tan brillante, tan lúcido, tan sagaz, se hubiera fijado en ella, tan insignificante. Había fallado en lo otro, en eso de provocar la gratitud, y había fallado tan luego en la ocasión más absurdamente favorable, es decir, cuando él parecía necesitarla más.
A Alberto, en cambio, le agradecía el impulso inicial, la generosidad de ese primer socorro que la había salvado de su propio caos, y, sobre todo, ayudado a ser fuerte. Por su parte, ella había provocado su gratitud, claro que sí. Porque Alberto era un alma tranquila, un respetuoso de su hermano, un fanático del equilibrio, pero también, y en definitiva, un solitario. Durante años y años, Alberto y ella habían mantenido una relación superficialmente cariñosa, que se detenía con espontánea discreción en los umbrales del tuteo y sólo en contadas ocasiones dejaba entrever una solidaridad algo más profunda. Acaso Alberto envidiara un poco la aparente felicidad de su hermano, la buena suerte de haber dado con una mujer que él consideraba encantadora. En realidad, no hacía mucho que Mariana había obtenido a confesión de que la imperturbable soltería de Alberto se debía a que toda posible candidata era sometida a una imaginaria y desventajosa comparación.
"Y ayer estuvo Trelles", estaba diciendo José Claudio, "a hacerme la clásica visita adulona que el personal de la fábrica me consagra una vez por trimestre. Me imagino que lo echarán a la suerte y el que pierde se embroma y viene a verme."
"También puede ser que te aprecien", dijo Alberto, "que conserven un buen recuerdo del tiempo en que los dirigías, que realmente estén preocupados por tu salud. No siempre la gente es tan miserable como te parece de un tiempo a esta parte."
"Qué bien. Todos los días se aprende algo nuevo." La sonrisa fue acompañada de un breve resoplido, destinado a inscribirse en otro nivel de ironía.
Cuando Mariana había recurrido a Alberto en busca de protección, de consejo, de cariño, había tenido de inmediato la certidumbre de que a su vez estaba protegiendo a su protector, de que él se hallaba tan necesitado de amparo como ella misma, de que allí, todavía tensa de escrúpulos y quizás de pudor, había una razonable desesperación de la que ella comenzó a sentirse responsable. Por eso, justamente, había provocado su gratitud, por no decírselo con todas las letras, por simplemente dejar que él la envolviera en su ternura acumulada de tanto tiempo atrás, por sólo permitir que él ajustara a la imprevista realidad aquellas imágenes de ella misma que había hecho transcurrir, sin hacerse ilusiones, por el desfiladero de sus melancólicos insomnios. Pero la gratitud pronto fue desbordada. Como si todo hubiera estado dispuesto para la mutua revelación, como si sólo hubiera faltado que se miraran a los ojos para confrontar y compensar sus afanes, a los pocos días lo más importante estuvo dicho y los encuentros furtivos menudearon. Mariana sintió de pronto que su corazón se había ensanchado y que el mundo era nada más que eso: Alberto y ella.
"Ahora sí podés calentar el café", dijo José Claudio, y Mariana se inclinó sobre la mesita ratona para encender el mecherito. Por un momento se distrajo contemplando los pocillos. Sólo había traído tres, uno de cada color. Le gustaba verlos así, formando un triángulo.
Después se echó hacia atrás en el sofá y su nuca encontró lo que esperaba: la mano cálida de Alberto, ya ahuecada para recibirla. Qué delicia, Dios mío. La mano empezó a moverse suavemente y los dedos largos, afilados, se introdujeron por entre el pelo. La primera vez que Alberto se había animado a hacerlo, Mariana se había sentido terriblemente inquieta, con los músculos anudados en una dolorosa contracción que le había impedido disfrutar de la caricia. Ahora no. Ahora estaba tranquila y podía disfrutar. Le parecía que la ceguera de José Claudio era una especie de protección divina.
Sentado frente a ellos, José Claudio respiraba normalmente, casi con beatitud. Con el tiempo, la caricia de Alberto se había convertido en una especie de rito y, ahora mismo, Mariana estaba en condiciones de aguardar el movimiento próximo y previsto. Como todas las tardes, la mano acarició el pescuezo, rozó apenas la oreja derecha, recorrió lentamente la mejilla y el mentón. Finalmente se detuvo sobre los labios entreabiertos. Entonces ella, como todas las tardes, besó silenciosamente aquella palma y cerró por un instante los ojos. Cuando los abrió, el rostro de José Claudio era el mismo. Ajeno, reservado, distante. Para ella, sin embargo, ese momento incluía siempre un poco de temor. Un temor que no tenía razón de ser, ya que en el ejercicio de esa caricia púdica, riesgosa, insolente, ambos habían llegado a una técnica tan perfecta como silenciosa.
"No lo dejes hervir", dijo José Claudio.
La mano de Alberto se retiró y Mariana volvió a inclinarse sobre la mesita. Retiró el mechero, apagó la llamita con la tapa de vidrio, llenó los pocillos directamente desde la cafetera.
Todos los días cambiaba la distribución de los colores. Hoy sería el verde para José Claudio, el negro para Alberto, el rojo para ella. Tomó el pocillo verde para alcanzárselo a su marido, pero antes de dejarlo en sus manos, se encontró con la extraña, apretada sonrisa. Se encontró además, con unas palabras que sonaban más o menos así: "No, querida. Hoy quiero tomar en el pocillo rojo."
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