O último homem

Não vou falar sobre o livro senão para dizer que, pessoalmente (com toda a subjectividade que há num editor que fala de um livro que está a publicar), considero este um dos grandes romances do século XX.

Falo sobretudo sobre esse grande personagem que foi M. P. Shiel, primeiro rei - Felipe - de Redonda, um rochedo deserto perto da ilha de Montserrat, no Caribe, local onde nascera. Falo do amigo de Salvador Dalí e Reynolds Morse. Sobretudo falo do escritor excêntrico, considerado por quase todos os grandes nomes da literatura, seus contemporâneos e seus herdeiros, como o grande escritor que ninguém conhecia. Um escritor para escritores. Falo do homem que viu a quase todas as suas obras enfiadas em escaparates dedicados à literatura fantástica quando as suas obras são, acima de tudo, portentos em que a filosofia e a simbologia ocupam grande parte de enredos magníficos. Quem já leu o conto fin-de-siècle que divulguei neste blogue, ter-se-á já apercebido de tal.

É um escritor acima de muitos, de quase todos; um escritor que não escreve fantasia ou ficção científica e, no entanto, é fantástico e antecipa muito do que se veio a escrever, pensar e reivindicar ao longo do século que se lhe seguiu. Nesta obra, por exemplo, é ecológico, teológico, aventureiro, questionante, muito perturbador e - sempre - genial.

Ah, e sobre quem seja o último homem... só mesmo lendo o livro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Salvador Dalí, já agora.
Nem é tanto pelo modo como o nome do génio catalão vem escrito neste post, mas mais pela capa, onde se comete, lamentavelmente, a mesma imprecisão.

Hugo Xavier disse...

Obrigado!
Será corrigido numa segunda edição.

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